domingo, 23 de novembro de 2014

Sobre a poesia, a arte e as ruas

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Cansada, procurava um poema
Nos livros, pareciam presos a uma simultaneidade
De tristeza e felicidade, de sufoco e liberdade
No papel não eram mais suficientes
Queria amor, dor, vida, queria realidade
 
Nos muros perdidos, entre o anônimo e o reconhecido
Com ou sem sentido
Prazeres que apenas a combinação de letras provê
 
 
Apenas pra quem sente
Apenas pra quem vê
 
Queria sair de padrões, queria sair de seus pensamentos
Tomava qualquer café e voltada para antigos apartamentos
Entrava em qualquer ônibus, dormia em qualquer quarto
Acordava e continuava seus passos
Continuava procurando por abraços
 
Sentia Thompson, vomitava Bukowski, buscava Clarice
Registrava em sépia, preto, branca, letras e pessoas nuas
Espelhos, paredes, corpos e palavras
Voltava pra casa assistindo ao Sol nascer por trás dos prédios
Voltava pra casa olhando as paredes das ruas

Ignorava a figura que sempre a observava
Sempre com um bilhete preso em sua porta
Em todas as madrugadas em que voltava
Apagava a luz, fechava as janelas, bebia um gole de chá gelado
Embora pensemos que o presente decide o futuro
É o presente que define o passado


Encontrou a poesia
O silêncio
E, finalmente, a compaixão
 



 


 
 


 
 

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