sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Sobre o café

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Este texto deve ser curto devido ao tamanho do único papel que consegui pra rascunhá-lo Uma missão árdua pra quem tem todas as palavras do mundo na cabeça A caneta falha e o guardanapo onde escrevo é pequeno e amassado Como fazer isso Hoje não quero pontuação ou parágrafos ou canetas coloridas ou papéis cor de rosa Quero apenas um café Algo difícil de encontrar nessa redondeza nesse horário Não tenho medo de estar sozinha Tenho receio de onde isso vai acabar Penso que existem tantas pessoas interessantes nesse mundo Por que eu Por que a minha vida tem que ser perseguida Por que alguém que busca o silêncio cruza com pessoas tão vazias baixas e pobres de espírito O que a minha vida tem de especial pra ser observada com tanto afinco Nada Não há nada de especial Entendo que estar preso num aquário onde a tela do computador é a única chance de ver o mundo é triste E deve ser isso Deve ser o sufoco de alguém que vive preso dentro do seu próprio ego Dever ser Não sei Mas entendo e tenho pena Me protejo como posso e sigo minha vida Viajo sozinha dentro da minha própria cidade procurando por lugares novos Uma tentativa de me mexer sem precisar ir tão longe Acho o café que procurava Peço por uma caneta e rascunho um guardanapo Isso é a minha vida O guardanapo acaba no mesmo momento que alguém senta pra falar comigo A caneta quase não escreve mais Bebo o derradeiro gole e a noite recomeça Não tenho mais sono Já sei onde isso vai acabar Ponto final





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