sábado, 31 de janeiro de 2015

Sobre Janeiro

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E um dia, acho que uns dois anos atrás, eu escrevi numa rede social que ‘fotografar cura’. Não sei exatamente o que me curou, não posso afirmar que foi a fotografia, uma vez que nunca fiz curso nenhum pra isso (exceto os gratuitos online), nunca juntei dinheiro pra comprar uma câmera profissional e a única câmera que tenho em mãos é a do meu celular. Não sei o que foi, mas foi. Disseram-me dias atrás que aconteceu porque eu perdi o medo de mostrar o que eu tenho de bom. O medo de expor minha vida pra gente que não me conhece. O medo de ser de verdade em meio às mentiras e exageros virtuais. Mas eu fotografei e mostrei. Hoje minha janela aqui na quebrada que moro está em alguns feeds espalhados pelo mundo. Essa minha janela que eu olho há tantos anos. Sinto muito, mas preciso citar Paulo Coelho e a tal da síndrome do alquimista.

Intitulo-me ‘Sunset Hunter’ – caçadora de por do sol. Já joguei no Google: ‘Brasil, por do sol lindo’ e viajei pro primeiro link que apareceu. Esse blog é sobre isso, sobre minhas buscas. Por sol, por chuva, por cachoeira, por trilha, por estrada. E agora eu percebo que a minha janela é o que me curou. Não foi a fotografia em si. Mas foi entender que aqui é o único lugar do mundo em que eu realmente sou completa. É gratuito, é meu e faz parte de mim. É tudo aquilo que eu acredito que seja parte da satisfação de uma vida de tropeços.
Junto desse encontro e dessa resposta, encontrei (como consequência) uma satisfação profissional. Voluntária e remunerada hoje em dia caminham juntas, organizadas e amadas. Junto dessa completude, vieram as pessoas. Mais aprendizado, mais momentos pra dividir risadas altas e conhecimento. Encontrei a paz que me tiraram, encontrei aquele chão que eu perdi, encontrei de novo o prazer. Perdoei-me pelo que eu permiti que fizessem comigo, e ajo de tal forma que as reações do Universo me trazem a calma e o sorriso de volta. O que eu desejo ao mundo é o que o mundo anda me devolvendo.

Retorno à minha humilde rotina de um texto e um livro por mês, de muitas poesias guardadas na gaveta, de buscas por músicas e de organizar e trabalhar pras minhas próximas mochiladas. Volto pra falar de Fevereiro.

Nesse momento, apenas gratidão.