Eu andei alguns bons metros pra chegar até lá. Em todas as
buscas que havia feito, a gruta era uma das principais atrações. Sabia que
precisava conhecê-la, que a trilha pra se chegar até lá era linda e fácil, que
a praia que eu encontraria seria deserta. Eu sabia de tudo
isso. O que não imaginava, seria a sensação de estar lá dentro.
Estendi uma canga, sentei em posição de lótus e durante um longo período, ouvi duas goteiras apressadas, sincronizadas e incessantes, o barulho das ondas do mar ali do lado e o silêncio milenar daquelas rochas que me abrigavam. Ouvir o silêncio de uma gruta é uma das coisas mais purificantes que já experimentei. Feita meditação, preenchida pela paz e grata pelo momento, me levantei para o alongamento e, até aquele momento não havia feito isso, olhei para um canto da gruta. E eu a vi. Uma minúscula imagem de Nossa Senhora Aparecida, escondidinha no meio de pedras há muito tempo. De alguma forma, parecia que estava esperando por mim.
Desse momento, sobrou-me um texto nunca publicado. Desse instante, restou-me a busca por uma nova essência. Desse dia, a ideia de que tudo estava certo. Desse período, o aprendizado.
Ontem foi dia de Nossa Senhora. Lembrei-me dela, dessa viagem e de mim. É certo que minhas preces foram ouvidas. Pedi a ela que tirasse todo o mal de perto de mim. Pedi a ela que me mostrasse os caminhos e mantivesse apenas o que fosse verdadeiro. E foi assim que eu acordei hoje. Sabendo que apenas o verdadeiro importa. Feliz e grata por ter fé.
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