Trilha sonora: clique aqui
E desde as sementes de cacau, lá na civilização Asteca ou o
escambo, no início da sociedade, o homem, esse serzinho esquisito, vem fazendo
as maiores cagadas por conta desse negócio chamado ‘dinheiro’ (termo que pode
facilmente ser substituído por ‘poder’, ‘status' ou 'título’). Culpa de um orgulho e de
um egoísmo inato. Culpa de um meio doente, alienado e sedento por pedaços de
papel, matéria, objetos, coisas. Tudo que vai ficar quando não mais estiver
aqui, nesse planeta de gente esquisita.
Penso sempre naquele ser perdido no deserto carregando uma
mala de dinheiro. Se não há água, de que valerá aquele monte de pedaço de
papel? Penso no milionário em estado moribundo, esperando a morte chegar. Se
não há mais vida, do que vale aquele monte de coisas que ele acumulou ao longo
da vida? Vida essa que, por conta daqueles pedaços de papel, o fez perder amizades,
discutir com familiares ou, até mesmo, romper elos de suma importância
evolutiva. Penso na mãe que tem todo o dinheiro do mundo, mas não pode trazer o
seu filho de volta. O que realmente você quer comprar? Se na verdade a vida é como um jogo tipo ‘Banco Imobiliário’, onde os jogadores permanecem anos e
anos dando voltas e voltas, comprando e vendendo. Até que um dia o jogo acaba,
você coloca as pecinhas nos seus devidos lugares, fecha o tabuleiro e é isso.
Não há mais nada a fazer com aquelas casinhas de brinquedo. Ou aquele
dinheirinho de papel.
Penso sempre em como mudar isso. Pelo menos na minha vida,
que é a única que eu realmente tenho total liberdade, autonomia e direito
sobre. Afinal, essa ideia de se mudar a vida dos outros é uma loucura que essa
sociedade capitalista inventou. Fique satisfeito por mudar a sua e esqueça a
dos outros.
É preciso plantar, pescar, matar se for preciso. Porque na
natureza se encontra de tudo. Encontra-se alimento, água, remédio e paz. Por
sorte, encontra-se até pessoas parecidas com você que, corajosamente, decidiram comprar felicidade.