Descobri que têm pessoas que gostam das minhas fotos. Pessoas
que nunca imaginei conhecer nessa vida. Vejo o Sol nascendo em quase todas as
partes do mundo e tenho o prazer de mostrar o meu mundo para um bom número de fotógrafos,
pseudo-fotógrafos, fotógrafos amadores, desocupados viciados em aglomerar
seguidores e amigos. Mundo em 1 por 1, universo de filtros, hashtags, destaques
e apps, lugar estranho onde se vende seguidores, curtidas e comentários. Mas
ainda não vende talento. Ainda não vende amigos. Ainda não vende gentileza.
Tenho um pouco de medo de onde isso vai dar. Uma hora vai
morrer, como todas as outras redes sociais morreram pra mim. Por enquanto é
delicioso observar o comportamento do ser humano quando se refere a seu ego e
orgulho. Bizarra a necessidade de autoafirmação. De se mostrar algo que muitas
vezes não se é. Instagram. Dividiu o mundo em dois grupos de pessoas: aqueles
que seguem mais gente do que são seguidos e aqueles que são mais seguidos do
que seguem. Aparentemente, o segundo grupo depende do primeiro.
O tipo de perfil mais comum é aquele que tem 24.983
seguidores, segue 32 pessoas, só posta selfie e ganha no máximo 19 curtidas.
Sim, esse tipo de gente me dá medo. Nunca vou entender qual a necessidade de se
ter um perfil assim.
Os que mais gosto são os urbanos, hipsters e wannabe cool.
Tipo o meu.
Entendi que quem tem o que oferecer não precisa pedir.
Diariamente apago comentários de gente pedindo pra eu “seguir de volta”.
Normalmente, as galerias dessas pessoas são repletas de rostos, corpos, espelho
de banheiro e bebida alcoólica. Não sigo. Fim.
E sim, o Instagram bloqueia seu perfil quando acha que você
é um ‘ghost’. No universo de Igers, os perfis de robôs são mais comuns do que
se imagina. De novo, pela simples necessidade de se ter seguidores.
Vamos entender que é uma rede social. É um lugar pra
encontrar gente com gostos parecidos com os seus. Um lugar pra se fazer amigos
sim. Parem de tratar seguidores como fãs. Meu mundo sempre começa virtualmente,
mas eu sei trazê-lo pra vida real e aproveitar o que eu posso tocar. Muito além
da tela do meu celular.
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