Sobre o individual

Perguntada sobre o nome do meu
novo blog, hesitei mais do que gostaria pra responder. Só consegui dizer que o
armário ficara apertado e sufocante demais pra alguém que almeja conquistar o
mundo. Risinhos irônicos de minha parte e um olhar de descrença do outro, uma
vez que o título “Viajante Individual” tem como primeira (e talvez única)
definição: alguém que viaja sozinho.
Como assim conquistar o mundo?
Sim, eu tenho o direito de conquistar o meu mundo. O mundo que eu tenho e que
eu criei pra mim. Com os habitantes que eu quero que vivam nele. Com os valores
que eu acho que prevalecerão. Priorizando o que o indivíduo é, não o que esse
indivíduo tem ou o que ele pode oferecer pra mim. Esse mundo é lindo e é só
meu. – Como diz alguém muito querido: “um mundo de seres e não de teres”.
Viajar individualmente, pra mim,
não é viajar apenas sozinha. Sim, estar sozinha é parte de uma busca de mim
mesma, e estar comigo mesma durante alguns dias é extremamente saudável dentro
das minhas fraquezas e necessidades de melhoria. É saudável pra mim e pra quem
me rodeia. Mas, por que as pessoas viajam? Eu viajo pelo indivíduo. Eu e o
próximo. O anônimo, aquele que nunca mais reencontrarei. Mas sei que existe. E
aprendi alguma coisa com ele. Algo que com certeza me fez um indivíduo melhor.
Honrar territorialmente esse lugar
onde mereci nascer. Pisar em solos diversos, respirar o ar que é sempre
distinto, sentir as temperaturas oscilantes das brisas em meu rosto, ver o Sol
se pondo em diferentes cantos, comer o fruto de cada terra, me deitar em
diversas camas e me aconchegar em diversos braços e abraços. Ser um indivíduo
que viajou e conheceu o mundo.

Seguirei minha estrada agora,
individualmente. Eternamente grata a todos que passaram por mim e dividiram um
pouco de si.
Quanto ao armário, ele ainda está
lá. Voltarei pra dentro dele sempre que achar necessário.
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