Trilha para esse texto: clique aqui
Confissão ou desabafo? Sei lá. Sei que comecei esse blog
pensando em falar apenas das minhas mochiladas, e de repente, me vejo presa a
uma rotina em que viajar é uma das últimas prioridades da lista. Era pra dar
dicas de lugares, e de repente, cá estou eu falando de novo apenas dos meus
pensamentos. Era pra falar apenas nas experiências vividas fora da minha
rotina, e de repente, a minha rotina é o que eu mais prezo hoje em dia. Não era
pra falar de amor. E de repente, ôpa.
Falo agora de um mês surpreendente. De despedidas
temporárias, celebrações novas e conquistas pessoais.
Sabe aquela famosa frase: ‘viajar é a única coisa que você
compra que te deixa realmente rico’? Pois
então. Hoje são completos oito meses de trabalho voluntário. Sei que não é algo
a ser tão comemorado assim, uma vez que se há a necessidade de um voluntário, há
uma falência no sistema, há falhas na organização política e social do país.
Mas a ideia do enriquecimento pelo trabalho remunerado só trouxe, até hoje, uma
sequência de frustrações, decepções e desafetos por toda a minha vida. E quem
diria... encontrei equilíbrio, alegria e paz onde não há a necessidade de
acumular posses materiais. Finalmente encontrei algo além do dinheiro pra
trazer conforto e segurança. Finalmente, algo que posso chamar de felicidade.
Estou enriquecendo, ao perceber o quanto posso evoluir
dentro do meu novo espaço (simples e reduzido) e ao notar o quanto posso ter
alegrias verdadeiras, apenas perdoando a mim mesma e entendendo o quanto eu
posso fazer pelo próximo.
Prestes a entrar em um novo ano da minha vida, prestes a
voltar pra estrada, pronta pra ser o que eu devo ser.